Desde que tudo
aconteceu, tenho passado por uma enorme mistura de sentimentos… Primeiro o
desespero, a raiva, a tristeza, a humilhação… depois a euforia, a expectativa,
a alegria, ansiedade… depois a indiferença, o não sentir nada…
Eu que sempre
disse que preferia sentir muita dor a simplesmente não sentir nada, eu que
sempre disse que amar e sofrer faz parte da vida, e que uma pessoa que não ama
nem sofre está meio morta, me peguei assim… Perambulando pelo mundo indiferente
a ele… sem amar.. sem sofrer… meio morta.
Mas ocorre que
isso também logo passa… volta a fase do sofrimento e do desespero, de forma que
estou ansiosa pela fase da euforia a qual, devo observar, está demorando demais
a chegar…
Por esses dias
eu queria não existir, não sentir nada, nem mesmo a indiferença… Ficar
inconsciente… Fecho os olhos e me vejo imersa em água… Mais nada… Sem cores,
sem sons, sem tato, sem luz, sem sensações, nem mesmo o peso e a gravidade… Me
faz lembrar alguém, narrando sua satisfação em viver debaixo d’água, e lamentando
o fato de ter de sair para respirar… É assim que me vejo quando abro os olhos…
Obrigada a respirar.
Minha vida:
sem perspectiva, sem objetivos, sem sentido.
Eu: um verso
branco, e livre… sem rima, sem métrica… sem cor.
Droga de
melodrama que eu odeio e simplesmente não consigo evitar!