quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um verso branco, e livre...


Desde que tudo aconteceu, tenho passado por uma enorme mistura de sentimentos… Primeiro o desespero, a raiva, a tristeza, a humilhação… depois a euforia, a expectativa, a alegria, ansiedade… depois a indiferença, o não sentir nada…
Eu que sempre disse que preferia sentir muita dor a simplesmente não sentir nada, eu que sempre disse que amar e sofrer faz parte da vida, e que uma pessoa que não ama nem sofre está meio morta, me peguei assim… Perambulando pelo mundo indiferente a ele… sem amar.. sem sofrer… meio morta.
Mas ocorre que isso também logo passa… volta a fase do sofrimento e do desespero, de forma que estou ansiosa pela fase da euforia a qual, devo observar, está demorando demais a chegar…
Por esses dias eu queria não existir, não sentir nada, nem mesmo a indiferença… Ficar inconsciente… Fecho os olhos e me vejo imersa em água… Mais nada… Sem cores, sem sons, sem tato, sem luz, sem sensações, nem mesmo o peso e a gravidade… Me faz lembrar alguém, narrando sua satisfação em viver debaixo d’água, e lamentando o fato de ter de sair para respirar… É assim que me vejo quando abro os olhos… Obrigada a respirar.
Minha vida: sem perspectiva, sem objetivos, sem sentido.
Eu: um verso branco, e livre… sem rima, sem métrica… sem cor.
Droga de melodrama que eu odeio e simplesmente não consigo evitar!