quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um tempo...

         Conversando com uma amiga no MSN, entre tantos assuntos surgiu a necessidade de se ficar sozinha. Sem namoros, rolos, relacionamentos, para se recuperar do desgaste natural que um relacionamento traz e, principalmente, se estudar, se conhecer.
         Dentro de um relacionamento, na luta para fazer dar certo, a gente acaba se moldando tanto, que quando se olha no espelho se pergunta se aquilo é realmente um espelho. Eu gostava de ficar em casa numa noite de sexta? Eu passava mais de uma semana sem ver meus amigos? Eu me vestia desse jeito? Eu gostava de usar meu cabelo assim? Eu ia a festas e preferia ficar sentada a passar a noite inteira dançando? Eu ia embora cedo porque tinha que acordar cedo no outro dia, ou pensava no outro dia, como outro dia?
           Deixei de ser eu. O ponto é: gosto do que me tornei ou sinto falta daquilo que era? Eu não saberia viver sem olhar no espelho e ver aquela Linda de que gosto tanto, mesmo que ela seja espalhafatosa, cheia de amigos, festeira, sempre fora da rotina e que isso não combine muito com um relacionamento.
          E como a gente perde tempo se moldando, e perde tempo com algo que há muito nos foi ensinado. Quem quando criança não ganhou aquele brinquedo colorido que a peça quadrada se encaixava SOMENTE na quadrada. E a peça redonda entrava na caixa só pelo buraco redondo... A teoria nos foi passada, a gente que não aplica.
          E a gente perde tanto tempo com a pecinha errada, até que cansa e precisa dar um tempo, ficar sozinha. E é nesse momento, quando a gente resolve que vai ficar sozinha, que alguém especial aparece. Isso não é regra, mas acontece com freqüência.


“...Mas é exatamente,
Quando a gente tá cansado
O coração distrai então a sorte vem...”

        Sorte ou não, o destino nos dá muitas voltas. Acasos. Descaminhos. A gente erra, se esforça para prender os olhos num ponto que eles naturalmente não querem estar. E depois de tanto esforço, quando a gente opta por não olhar, nossos olhos se prendem sozinhos e a gente não sabe bem o que fazer. ESTRANHO.

“...Era tão estranho,
Te olhar dentro dos olhos,
E ver na minha frente tudo que eu sempre quis
Eu era diferente, dos outros caras de vinte anos
Você era uma chance pra eu ser feliz..."